Jovens carentes classificados para brasileiro de judô precisam de apoio para viajar
Dois adolescentes da Associação Camelot, ONG que cuida de jovens carentes do bairro de Amaralina e adjacências, se classificaram para disputar uma etapa do campeonato brasileiro de judô, em Belo Horizonte. Rafael Messias (14 anos) e Raissa Ventura (12 anos), acompanhados dos pais e da fundadora da instituição, Rita Vidal, visitaram a Amatra5 nesta segunda-feira, 14, pedindo apoio para a viagem.
Eles foram recebidos pela presidente, juíza Rosemeire Fernandes, pelo diretor cultural, juiz Paulo Temporal, e pela juíza Mônica Sapucaia. Durante a reunião ficou acertado que a associação vai fazer uma campanha entre os juízes para custear a viagem e também para que os magistrados interessados em ajudar de forma permanente se tornem padrinhos de crianças da Camelot.
O juiz Paulo Temporal é um exemplo. Ele conta que há 14 anos é padrinho na instituição e seu primeiro “afilhado” é hoje professor de educação física. “Recomendo aos colegas magistrados que sejam parceiros da Camelot, pois é uma boa maneira de ajudar a sociedade”, disse o juiz.
Quem também apoia a instituição há muito tempo é a servidora do TRT5 Nilma Nogueira, que acompanha o trabalho de Rita Vidal e do marido José Carlos Ledo desde que eles fundaram a associação. “A sensação que eu tenho é de ter um filho encaminhado”, diz a servidora, que foi “madrinha” de Luís Henrique, campeão sul-americano de judô, estudante de Educação Física e atleta do Vitória.
A presidente da Amatra5 disse que vai marcar uma visita à entidade para conhecer de perto o trabalho e já se comprometeu a ser madrinha de uma das crianças da Camelot. Reforçou que essa ação é uma alternativa ao trabalho infantil, criando, por meio do esporte, meios para que as crianças não entrem precocemente no mundo do trabalho.
A magistrada lembrou que os Termos de Ajustamento de Conduta celebrados pela Justiça do Trabalho podem ter a verba direcionada para instituições como a Camelot, assim como as verbas do Funtrad (Fundo de Promoção do Trabalho Decente).
Exemplo de sucesso
Fundada em 1º de setembro de 2001, a Associação Camelot é uma ONG que cuida de crianças carentes, mantida exclusivamente pelas doações dos servidores e juízes do TRT, que apadrinharam esse projeto, mediante contribuições mensais descontadas em folha de pagamento, em convênio com o TRT.
A associação tem como objetivo promover a inclusão social de crianças e jovens das comunidades do Nordeste de Amaralina, Vale das Pedrinhas, Santa Cruz e Chapada do Rio Vermelho, por meio dos ensinamentos das artes marciais. Atualmente, a instituição possui cerca de 150 crianças e adolescentes praticando o esporte.
Rita Vidal lembra, com emoção, do caso de um ex-aluno da instituição, Thiago Fiais, que queria ser advogado e foi apadrinhado pelo advogado Carlos Rátis. Ela conta que depois que o jovem saiu da Camelot, perdeu o contato. Anos depois, ligou para o escritório de Carlos Rátis e quem atendeu foi o já advogado Thiago Fiais. “Foi uma emoção muito grande saber que ajudamos a transformar a vida de uma pessoa. O que fazemos aqui é servir a Deus”, diz Rita.
Doações: Caixa Econômica Federal
Ag. 1509 / Op. 03/ Conta: 03000011-0
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