Estudantes de colégios estaduais têm aulas sobre direitos do trabalhador
25 de setembro de 2006


Os estudantes dos colégios estaduais Hamilton Lopes e Rafael Serravale estão recebendo aulas sobre os principais direitos do trabalhador, resultado da implantação do programa "Trabalho, Justiça e Cidadania", uma iniciativa da Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 5a Região (Amatra 5) em parceria com o Tribunal Regional do Trabalho da 5a Região (TRT5), a Associação Baiana dos Advogados Trabalhistas (Abat) e a Faculdade Ruy Barbosa. O programa tem como objetivo a divulgação dos direitos do trabalhador junto a professores e estudantes de escolas públicas e privadas, contribuindo para aproximar a Justiça da população e para que o cidadão exerça os seus direitos.



Na primeira fase do projeto, realizada entre julho e setembro, os professores dos dois colégios receberam informações sobre direitos do trabalhador, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e os Direitos do Consumidor. "O apoio de juízes, advogados, professores e promotores, que foram às escolas explicar as questões da cidadania, foi fundamental para o sucesso da nossa iniciativa", afirma a juíza Soraya Gesteira, coordenadora do programa na Bahia.



Agora, as informações recebidas pelos professores estão sendo repassadas para os estudantes dentro das aulas de português, matemática, história, geografia e física. Para tanto, os professores estão utilizando a Cartilha do Trabalhador, que, em linguagem simples e acessível, explica quais são os principais direitos previstos na legislação trabalhista.



No Colégio Hamilton Lopes, que trabalha com Educação de Jovens e Adultos (EJA), o primeiro passo foi a distribuição das cartilhas, seguida de leitura e discussão em torno dos direitos do trabalhador, o que provocou grande entusiasmo entre os 1.500 estudantes atingidos pelo programa nos turnos da manhã, tarde e noite. "Os alunos estão muito mobilizados, porque perceberam a importância de saber quais são os seus direitos como trabalhadores", garante a vice-diretora do turno matutino, Telma Cristina Santos.



Segundo a vice-diretora, os estudantes estão apresentando uma série de sugestões a serem desenvolvidas a partir do conteúdo da cartilha, como redações, poesias, peças teatrais e jogos. Para isso, já estão sendo mobilizados os professores teatro, artes plásticas e música do colégio, que vão auxiliar os alunos na montagem das peças artísticas. "Até mesmo o professor de matemática vai utilizar temas relativos ao direito do trabalhador ao elaborar as questões que constam do provão de final de ano e no seminário de matemática", relata Telma Santos.



No Colégio Rafael Serravale, as atividades dos professores com os temas da Cartilha do Trabalhador serão realizadas ao longo de outubro e novembro, atingindo 500 alunos do Ensino Médio do turno da noite. Nesse período, os juízes serão convidados a ir à escola discutir os direitos do trabalhador diretamente com os estudantes, tirando dúvidas sobre assuntos mais complexos. No início de dezembro, ocorrerão as "culminâncias", nas quais os alunos vão demonstrar o que conseguiram absorver do conteúdo do programa, através de jogos, teatro, redações e desenhos. Serão programadas também visitas ao Fórum do Trabalho, para que eles possam conhecer de perto o funcionamento da Justiça.



Segundo a coordenadora pedagógica do noturno, Normacélia Lima dos Santos, o programa é fundamental para os estudantes, pois a maioria deles já está no mercado de trabalho, mas com grande carência de informação sobre seus direitos e deveres. "Os alunos estão se sentindo valorizados com essa iniciativa, pois percebem que existem pessoas preocupadas em levar a eles as informações que necessitam para exercer sua cidadania", afirma a coordenadora, para quem o programa está permitindo uma aproximação entre o Judiciário e a comunidade escolar, com resultados positivos a médio e longo prazo. .


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