Visita ao Projeto Axé deixa juízes do trabalho emocionados
23 de abril de 2007


 



A visita ao Projeto Axé, no Pelourinho, marcou o encerramento do 2º Encontro Nacional do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania, realizado nos dias 19 e 20 de abril, em Salvador. Durante toda a tarde, os magistrados puderam ver de perto os resultados do trabalho desenvolvido pelos educadores do projeto junto a quase 1.300 crianças e jovens em situação de risco social. As apresentações de dança, música e capoeira, bem como as atividades nas oficinas de artes plásticas, moda, argila e serigrafia, deixaram os juízes do trabalho impressionados e emocionados.



"O Projeto Axé é um exemplo de seriedade e compromisso, aliando a arte e a educação de qualidade", afirmou a juíza Eliete Teles, membro da Coordenação Nacional do Programa Trabalho, Justiça e Cidadania. "Os trabalhos dos alunos, especialmente os do grupo de dança, chamam a atenção pelo nível de qualidade e profissionalismo", reagiu a juíza Soraya Gesteira, coordenadora do programa na Bahia.



O Projeto Axé foi criado em 1990 pelo italiano Cesare La Roca, com o objetivo de oferecer educação, profissionalização e cidadania para meninos e meninas de rua de Salvador. Os educadores do projeto começam trabalhando nas ruas e praças com as crianças e jovens. Gradualmente, na medida do desejo de cada um, eles são encaminhados para uma das quatro unidades do Projeto Axé, onde existem as oficinas de música, dança, artes visuais, capoeira, moda e serigrafia. O passo seguinte é a profissionalização, abrindo a possibilidade do ingresso no mercado de trabalho. "O nosso lema é levar a melhor educação para os mais pobres", afirma Ená Benevides, coordenadora geral e uma das fundadoras do Axé.



A coordenadora de arte-educação do projeto, Marle Macedo, explicou que o foco do projeto em atividades artísticas se deve à capacidade que a arte tem provocar mudanças no ser humano, desenvolvendo a segurança, a confiança e a auto-estima. "A arte é educação por si mesma. Ela mobiliza tudo no ser humano. A arte é a forma que os meninos têm de mostrar ao mundo que eles existem", afirmou.



Segundo Moisés Batista, coordenador da unidade do Pelourinho, não existe qualquer tipo de seleção para acolhimento dos jovens atendidos pelo projeto. "A única coisa que se exige é o desejo dos meninos de estar aqui dentro", afirma Moisés, lembrando que o projeto oferece três refeições diárias aos educandos, além de fazer o acompanhamento do seu desempenho na escola.



A história de vida de Paulo Freire, responsável pela formação inicial dos educadores do Axé, é o tema central a ser trabalhado pelos alunos do projeto ao longo de 2007. O livro "Pedagogia do Oprimido" é um das bases teóricas mais importantes para as atividades desenvolvidas pelos educadores. "Vamos revisitar a vida de Paulo Freire, desde o trabalho no interior de Pernambuco até o exílio", afirma Moisés Batista. Em novembro, será realizado um grande seminário aberto ao público sobre Freire, falecido em 1997. 



 


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